sábado, 31 de dezembro de 2011

A greve dos PM's e Bombeiros é legal?


No último dia 30, na quadra poliesportiva do Bairro da Parangaba, cerca de 2.000 servidores da segurança pública decidiram iniciar uma greve geral da categoria, pois segundo os organizadores, há muito se tenta uma comunicação – sem sucesso - com o Governador do Estado, Cid Ferreira Gomes (PSB-Ce) em busca de melhores salários, plano de saúde, vale-refeição, condições de trabalho e agora, por conta da greve, a anistia dos que optaram pela greve. Muito se comenta sobre a legalidade da greve dos bombeiros e PM’s do Estado do Ceará, se ela é constitucional ou não. Portanto, vamos ao que a constituição diz. A Constituição de 1988 dispõe em seu art. 9º: "É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender". Portanto por esse trecho é completamente válido o direito de greve dos PM’s e Bombeiros. Mas essa mesma constituição que assegura a greve também diz no art. 9.º, §1º que: "A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento de necessidades inadiáveis da comunidade". Agora reflitam: segurança é ou não uma necessidade inadiável do nosso estado? É legal que a greve seja geral, em uma época de festividade deixando a nossa sociedade refém – mais ainda – da ação de criminosos? NÃO!

Por ser um serviço necessário, deve haver, ao menos, um efetivo mínimo funcionando, e o que estamos vendo são vários servidores PÚBLICOS tapando os rostos, secando pneus de viaturas e ônibus como se fossem criminosos, e já que estamos usando a Constituição Federal, irei recorrer a ela novamente. O § 2o do artigo nono alerta que "Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei". Portanto, por causa da situação real, cabe ao estado agir contra esse tipo de comportamento, que é completamente contrário ao sentido de greve.


Agora essa greve me fez lembrar de uma outra que aconteceu mais precisamente no último mês de setembro. A greve dos professores. Depois de várias tentativas de conversa com o – MESMO – Governo do Estado, a classe docente foi protestar na AL do Estado, e como foram recebidos? Com pancadas. De quem? Desses mesmos policiais que hoje tentam empurrar goela abaixo uma greve que tinha tudo pra ser legal e não é. Esses mesmos policiais que buscam melhorias trabalhistas receberam os professores com gás de pimenta e cassetetes, se comportando tanto ou mais covardemente do que o Governador Cid Gomes. Porque eu, como sociedade, devo apoiar a categoria dos PM's e Bombeiros, se esses mesmos PM's e bombeiros, também como sociedade, não apoiaram os professores que recebem um salário de miséria pior que o de deles? Hã, por quê? Se querem respeito e apoio da sociedade façam como os professores, mostrem o rosto e não como se comportem como criminosos baderneiros.


Agora alguns tópicos que mostram se a greve é legal ou não.

  • Houve tentativa de negociação? Sim, portanto é legal.
  • A greve foi deliberada em Assembléia Geral? – Sim, portanto é legal.
  • A greve foi deliberada de surpresa? Sim, portanto é ILEGAL. Por quê? Os PMs e Bombeiros deveriam ter avisado ao Governo do Estado que haveria greve com antecedência mínima de 48 horas e máxima de 72 horas nas atividades essenciais. Como a segurança não é – segundo a Constituição – um serviço essencial, o prazo deveria ser de 48 horas. Como não houve, é ILEGAL.

Eduardo Almeida - Estudante de Jornalismo.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Pacotes multimídia apresentam manifestações das culturas cearenses

Assim os estudantes de Jornalismo da Faculdade 7 de Setembro concluíram a disciplina de Jornalismo On Line I (JOL I). São três pacotes que tratam sobre os índios Pitaguary, sobre os espaços culturais de Fortaleza e sobre o Centro Cultural Dragão do Mar.

De acordo com Ana Ximenes, que produziu o pacote 4 Olhos do Dragão, a elaboração do produto contribuiu para aprender que as diferentes formas de expressar um noticia, podem, se agrupadas corretamente, apresentar um produto mais atrativo e completo para o leitor. “Nós, jornalistas devemos ter domínio de todos os formatos, seja web, som, imagem e texto... porque o presente da comunicação é a convergência”, completa.

Conforme o professor Ismar Capistrano, os estudantes de JOL I utilizaram a plataforma on line de construção de sites em Flash wix. com. “O objetivo foi compreender como mixar sons, imagens e palavras na construção de páginas temáticas para Internet”, explica. Confira as produções:

- Drops Cultural: http://www.wix.com/dropscultural/site#!

- Cuturajando: http://www.wix.com/gabri_mota/pitaguary#!

- 4 Olhos do Dragão: http://www.wix.com/anaximene9/4olhos#!cr%C3%B4nica-final

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O mercado da informação: a notícia como espetáculo


Por Eduardo Almeida, Raoni Souza e Soriel Leiros

Espetáculo: qualquer representação pública que impressiona ou é destinada a impressionar a vista por sua grandeza, cores ou outras qualidades. Esta uma das definições que encontramos nos dicionários acerca do significado de espetáculo. Mas qual o seu real sentido aplicado ao fazer jornalístico?

O filósofo, agitador social e diretor de cinema, Guy Debord, em seu respeitado livro Sociedade do Espetáculo, importante referência nos cursos de Comunicação, aponta algumas questões relevantes sobre este tema. Segundo Debord, “o espetáculo em geral, como inversão concreta da vida, é o movimento autônomo do não-vivo”.

Ainda de acordo com o filósofo francês, “toda a vida das sociedades nas quais reinam as modernas condições de produção se apresenta como uma imensa acumulação de espetáculos”. Talvez esta opinião só reforce o momento atual do jornalismo, cada vez mais submetido à lógica do consumo e dos interesses dos conglomerados midiáticos.

Textos dinâmicos e o uso de uma linguagem exagerada são as características mais utilizadas em algumas mídias que prezam pelo sensacionalismo, espetáculo ou showrnalismo, termo muito bem utilizado pelo jornalista José Arbex Jr e que se encaixa perfeitamente no formato jornalístico da sociedade contemporânea, independente do suporte em que as notícias são veiculadas. Perde-se a essência do que deveria ser o teor do jornalismo: a notícia de qualidade.

No Brasil, também é comum encontrar na programação das emissoras de rádio e TV e nos textos de impresso e da internet, um jornalismo que não possui a seriedade esperada pelo público. O mestre em comunicação, Jaime Carlos Patias, salienta que “o jornalismo sensacionalista extrai do fato, da notícia, a sua carga emotiva e apelativa e a enaltece”. Além disso, a forma como a notícia é abordada possui uma característica particular neste tipo de transmissão, ou seja, “nesse gênero de jornalismo, o mais importante é a manchete, que faz o leitor ou telespectador ler ou assistir (comprar) apenas por atração, por sensação, por impacto, por curiosidade despertada (...)”, afirma Patias.

No último dia 13 de outubro, fez três anos da morte da estudante Eloá Cristina, de 15 anos. Este caso, ocorrido na cidade de Santo André, teve repercussão a nível nacional e internacional e é considerado o mais longo sequestro em cárcere privado realizado no Estado de São Paulo.

O Caso Eloá é mais um dentre tantos outros tratados pelos meios de comunicação como um verdadeiro “show” atualmente. Nesse momento, é trabalhada a linguagem de todas as formas com o objetivo de persuadir o espectador, pois é através dela que este espectador vai se sentir íntimo, vai se identificar com a situação.

Como a mídia, sedenta por audiência, tentou a todo o custo o furo jornalístico, algo ficou muito evidente neste caso: a concorrência entre os diversos veículos de comunicação. De acordo com a visão de Pedro Gilberto Gomes, doutor em Ciências da Comunicação, o sensacionalismo “consiste em distorcer os fatos mediante a acentuação dos aspectos que provocam reações emocionais, não racionais, na linha de uma exacerbação desproporcional do interesse”. Essa cobertura agregaria mais alguma coisa ao acontecimento? Certamente, não! Mas estava ali, pronta para ser consumida.

O desfecho do caso é conhecido de todos nós: Eloá foi assassinada com um tiro na cabeça pelo ex-namorado, Lindemberg Fernandes Alves, através uma ação mal sucedida da polícia. Nesse momento, a temática da notícia muda completamente. Com o algoz preso e uma opinião popular que busca por culpados, a mídia agora deixa de lado o foco do “show” e apenas lida com os fatos secundários ou as conseqüências que este fato traria para os envolvidos.

A mídia esquece, desse modo, seu limite ético e passa a agir com todas as atribuições inerentes ao poder Legislativo. Toda essa situação não gerou absolutamente nenhum senso critico na população, uma vez que buscou única e exclusivamente o entretenimento; e os desdobramentos do caso não foram suficientes para a criação de leis mais eficazes ou para a própria conscientização de quem recebeu todas estas informações.

O que se propõe quando o assunto é a espetacularização midiática é lidar com um evento que continua atual na nossa sociedade. Deveríamos analisá-la de maneira minuciosa e crítica acerca dos limites moral e ético do jornalismo.

Apurar os fatos e mostrá-los à sociedade é a nossa função como jornalista. A maneira como escolhemos noticiar estes fatos é de nossa inteira responsabilidade, pois trabalhamos com um público bastante heterogêneo, onde o espírito coletivo deve se sobrepor a qualquer interesse particular.

Para saber mais

- “A Sociedade do Espetáculo”, de Guy Debord;

- “Comunicação e sociedade do espetáculo”, de Cláudio Novaes Pinto Coelho e Valdis José de Castro. (capítulo 3 – O espetáculo no telejornal sensacionalista – de Jaime Carlos Patias);

- “Filosofia e Ética da Comunicação na Midiatização da Sociedade”, de Pedro Gilberto Gomes;

- “Manual de Telejornalismo”, de Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo de Lima;

- “Showrnalismo: a notícia como espetáculo”, de José Arbex Júnior.

Créditos vídeo:

Música: Epica – “Cry For The Moon”

Fotos: Divulgação

A Espetacularização Midiática e o Jornalismo

Por: Yuri Lima, Gabriel Maia e Saulo Lobo

      
      O termo “sociedade do espetáculo” foi inserido nos debates por Guy Debord na década de 1960 para análise dos processos e fenômenos na comunicação. Mesmo involuntariamente, todas as explanações estão ligadas a Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, pois o espetáculo na mídia passa a desenvolver-se com o progresso do capitalismo na sociedade moderna.
      Quem nunca passou o dia em frente à TV assistindo o desenlace de um grande caso que atire a primeira pedra. Cada vez mais é comum o empenho da grande mídia comercial em transmitir e até mesmo influenciar na definição de muitos casos jornalísticos. Todos os meios de comunicação se dedicam na apuração de fatos que às vezes nem merecem tanto destaque, mas, que podem render muito para os cofres das grandes corporações midiáticas.
      Hoje as publicações jornalísticas se resumem à cobiça dos empresários da imprensa, que estão preocupados com resultados lucrativos. Os trabalhos jornalísticos foram transformados em produtos para satisfazer o mercado os espectadores e dos anunciantes. Os produtos baseiam-se em especular sobre a vida das personalidades públicas
     As personalidades públicas são tratadas pelas pessoas como imagens a serem seguidas, pois o público e o famoso são reflexo do sensacional, do modelo a ser seguido, ou a ser usado como exemplo para rejeição. Não há sentido para alguém viver no anonimato se ela pode ser como a personalidade.
      Em relação aos anunciantes, eles detêm de um espaço muito maior no veículo jornalístico do que o próprio jornalista para sua notícia, pois o que importa é o lucro, que muitas vezes é maior do que o lucro do espectador.
       Nos dias de hoje, os veículos que fazem o jornalismo não mercadológico no lugar dos de maior circulação e fama são os que fazem parte da imprensa alternativa. Como não fazem parte de nenhum grupo econômico ou político, têm total liberdade para suas publicações de conteúdo crítico e aprofundado. A imprensa alternativa de hoje traz a lembrança dos pequenos jornais que circulavam durante o regime militar, denunciando o regime e a sociedade capitalista.
      A TV como um meio de comunicação específico é detentora de três matrizes: imagem, áudio e vídeo; e acabou adquirindo ao longo do tempo a capacidade de influenciar nos rumos dos acontecimentos que devem ou não ser considerados políticos e que merecem destaque na grande imprensa. Bem como o espaço territorial em que esses fatos ocorrem é o que irá definir o seu critério de noticiabilidade. É certo que esse poder de definição da grande mídia não é absoluto, mas as circunstâncias em que eles ocorrem podem ser influenciadas pelos grandes meios de comunicação.
       Os acontecimentos políticos vinculados pela grande imprensa corporativista nos dias de hoje tomam rumos e características de um grande show, todos os holofotes ficam direcionados em um só “personagem”. Muitas vezes ou na maioria das vezes esses “personagens” nem são tão importantes para o interesse público, mas devido ao grande foco de luz redirecionado por uma pequena camada da “imprensa” que detêm a maior parte das concessões de meios de comunicação, acabam ditando os assuntos que são ou não de interesse da ma  
       Assim podemos afirmar aqui que a TV não é só um grande instrumento nos processos de definição e divulgação de noticias, mas, também é detentora dos comentários e interpretações que são feitos desses casos. Ela não é somente uma observadora e divulgadora de notícias, a TV também interfere no andamento dos acontecimentos. Os telejornais tomaram as rédeas da grande política, onde a lógica é direcionada pelas relações dos veículos com o sistema político, econômico e financeiro de seu país ou região. Em outras palavras pode-se afirmar que as narrativas dos fatos que ocorrem no mundo tomaram a posição e a estrutura lógica das telenovelas.  
      No mais recente caso, podemos destacar a suposta separação dos irmãos cantores de sertanejo Zezé di Camargo e Luciano. Em um show em Curitiba, os irmãos discutiram cinco minutos antes de entrar no palco. Porém, apenas Zezé di Camargo entrou no palco e começou a cantar sozinho, e já na 5ª música, Luciano entra e fala que eles tiveram uma discussão e vão se separar, mas a dupla irá cumprir a agenda até Março, este alegando falta de saúde. Na mesma hora, esse vídeo foi postado no site youtube, gerando especulações, incertezas e tristeza para os fãs da dupla. Hoje o vídeo contabiliza 462429 acessos no site. No dia seguinte, a televisão noticia que Luciano é internado após um desequilíbrio de potássio causado pelo uso de diuréticos, o que preocupou mais ainda os fãs, a família e amigos, e enquanto isso vários sites bombardeando toda hora com as novas informações, declarações de familiares e o boletim médico.
     Sobrou até para “Seu Francisco”, pai da dupla, que ficou famoso por ter a sua história contada no filme. Uma matéria feita pelo Fantástico, no domingo dia 30.10 (O Show da Vida – programa da Rede Globo) mostrou o pai implorando que os filhos não se separassem. 


FOTO DIVULGAÇÃO
       Ontem, (01 de Novembro) no Programa do Jô foi anunciado para a toda a imprensa, que a dupla iria se pronunciar sobre o caso, e as notas publicadas nos sites. Os sites afirmam que a briga foi causada por uma suposta amante de Zezé. Detalhe para a palavra usada suposta. Porque não checar os fatos se essa é a obrigação do jornalista? Espetacularização midiática. Confira agora um vídeo com algumas pessoas entrevistadas a respeito sobre esse tema. 


      







Jornalismo, Ética e Consumo




Tamara Aquino e Fernanda Dávilla.


Os diferentes tipos de jornalismo podem influenciar de maneira positiva ou negativa o consumo. A informação correta e com credibilidade pode determinar a compra de muitos consumidores. O jornalista assume,portanto, a responsabilidade do conteúdo informativo onde esse deve passar a informação verídica do produto, e os benefícios e malefícios, orientar como gastar e economizar e comunicar os direitos dos usuários. O jornalista pode direcionar o consumidor no processo de uma e dar artifícios ao mesmo para resolvê-la.

Entretanto é preciso alertar para as atividades do consumo. A publicidade exposta em revistas pode influenciar de maneira ruim as pessoas. Um exemplo disso são as revistas de moda que abusam da publicidade e da opinião de conceituados jornalistas para induzir a compra. As revistas de moda servem como uma bíblia e moldam pensamentos e comportamentos do público feminino. Saber as tendências, o que é "In" e o que é "Out" e qual vestimenta usar em determinadas ocasiões são pontos chaves para conquistas as mulheres. Apostas como o que usar para deixar o homem aos seus pés ou a roupa certa para garantir seu sucesso entra potencializado na cabeça das mulheres e as fazem querer tudo que a revista sugere. A premissa de que vale o investimento provoca uma reação frenética entre as mulheres que buscam pelo consumo oferecido nestes veículos com a promessa de sociabilidade, autoestima e confiança. O consumidor confia plenamente na opinião presente no veículo e parte em busca daquela promessa sem receios e uma informação falsa por parte dos jornalistas pode causar o investimento perdido do leitor.

Portanto como jornalistas temos a possibilidade de promover uma conscientização em torno das atividades do consumo e proteger o consumidor das grandes tentações impostas pela mídia e prevenir um consumo exagerado sem danos aos compradores, principalmente consumidores da classe C que investem após meses economizando porque não podem gastar sem retorno.

A jornalista e colunista do Opovo Online, Roberta Fontenele, conversou sobre a a conscientização através do jornalismo.

Como o jornalismo pode conscientizar os consumidores?

Indicando a maioria da população o uso correto do seu dinheiro. Um percentual pequeno da população tem muito dinheiro, a grande maioria é composta pela classe B e hoje a ascensão da classe C, então é preciso tomar cuidado com o dinheiros dessas pessoas. Às vezes alguém passa cinco meses economizando dinheiro para uma depilação a lase e ver no jornal tal da jornalista tal que a melhor depilação é com determinado equipamento em um clinica específica. Ela pega o dinheiro dela e investe nesse tratamento e não funciona. E isso não é correto. É necessário ter cuidado de orientar realmente o que é bom para seus leitores, independente dos seus interesses particulares e dos interesses econômicos da empresa que você trabalha. Em primeiro lugar o interesse é do leito. E é tudo interligado, uma bola de neve, se você não tem credibilidade e o leitor não acredita em você, você não tem leitor, e se você não tem leitor você não tem cliente, e principalmente, se você não tem leitor você não tem anunciante, então independente do jornalismo que você exerça tem que ter credibilidade seu foco não é o anunciante, a empresa ou o dinheiro, seu foco é sempre o leitor.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Jornalismo, Ética e Objetividade


Suiany Rocha e Rita Alexsandra



Quando se fala em jornalismo, a ideia que logo nos vem à cabeça é aquela velha conhecida seqüência – Neutralidade, Imparcialidade, Pluralidade e Objetividade.
Façamos neste caso, de maneira um pouco mais isolada, a observação de uma delas, a Objetividade.
Jornalisticamente a objetividade está ligada de forma direta à função deste mediador entre a realidade e o público. As pessoas quando lêem jornais ou acompanham os noticiários, esperam encontrar nestes meios de comunicação informações sobre fatos reais e contados de forma mais próxima possível da realidade.
Segundo Josenildo Luís Guerra, professor de jornalismo da Universidade Federal de Sergipe “se o jornalismo não puder relatar os fatos como eles realmente são, a atividade jornalística perde a função de existir”.
Nessa mesma linha de pensamento a objetividade pode ser entendida como a apuração correta dos fatos e a observação de suas várias versões, ou seja, a checagem em “360 graus” é indispensável.
O jornalista, que é apenas um mediador, simplesmente relata o fato e a interpretação deste, fica por conta do receptor da informação, ele que deve tirar suas próprias conclusões de acordo com seu olhar, sua formação cultural e o seu grau de esclarecimento.
Ainda falando de objetividade, observada como “apuração correta dos fatos”, Um grande exemplo (ou talvez o maior exemplo) de erros cometidos pela imprensa brasileira é o Caso Escola Base, onde a ânsia pelo furo jornalístico e por ibope foi capaz de arruinar a vida pessoal e profissional de pessoas inocentes.

Relembre o caso: Em 1994, a imprensa brasileira publicou uma série de reportagens que denunciava o abuso sexual contra crianças, praticados pelos donos da escola e pais de alunos. A notícia foi publicada depois que a mãe de um aluno fez a denúncia.
A imprensa por sua vez divulgou o caso de maneira incessante em praticamente todos os noticiários, sem a menor preocupação com a veracidade das informações.
Resultado: após dois meses o caso foi arquivado pela falta de provas e indícios do crime. Mas já era tarde, pois a repercussão do caso tomou grande proporção e os inocentes envolvidos tiveram suas casas depredadas e sua moral destruída, ou seja, suas vidas não foram mais as mesmas.


Uma das manchetes do caso Escola Base Fachada da casa dos donos da Escola Base


Neste caso a ética do jornalismo foi deixada de lado por envolver valores comerciais – a venda da notícia “bombástica”.
O capitalismo falou mais alto do que os objetivos sociais e informativos que deram origem ao jornalismo.

Sobre este caso que marcou a história da imprensa brasileira, conversamos com a professora e jornalista Ana Cesaltina.

Qual a sua visão sobre a falta de ética e objetividade dos jornalistas neste caso, considerado um dos maiores erros cometidos pela imprensa brasileira?

Todo repórter precisa estar movido pela dúvida. Por isso, buscamos ouvir fontes que representem as diversas partes implicadas na situação retratada na matéria. Toda fonte tem interesses, mesmo que sejam fontes oficiais. O repórter precisa estar atento para não deixar o interesse das fontes ditarem o tom da matéria. Ouvir o maior número de fontes possível dá ao repórter maior segurança para redigir seu texto, torná-lo mais próximo do que de fato se passou.
A objetividade jornalística – que alguns dizem ser utópica -, eu considero algo necessário de ser perseguido. O repórter precisa querer obter a versão mais precisa, mais detalhada dos fatos. Além das fontes, deve recorrer a documentos que ajudem a comprovar os relatos das fontes. Isso contribuirá para uma reportagem equilibrada.
Mas a rotina cotidiana nas redações impõe um ritmo de produção de textos que nem sempre dá condições de recorrer a múltiplas fontes e documentos. Os repórteres trabalham contra o relógio, querendo oferecer ao leitor um texto atraente, com informações quentes, obtidas por fontes exclusivas. Isso tudo pode levar a precipitações e imprudências.
O código de ética do jornalista brasileiro diz todos devem ser tratados como inocentes até que a justiça prove o contrário. Até lá, as pessoas acusadas de crime devem ser tratadas exatamente assim: como acusados ou suspeitos. Imaginem que até mesmo depois de condenados judicialmente, há pessoas que provam suas inocências. Desse modo, a dúvida deve estar sempre com o repórter; ela deve ser o motor de sua apuração.
No caso da Escola Base, a situação de haver crianças envolvidas e se tratar de denúncia de abuso sexual foram aspectos explorados pela imprensa ávida por uma manchete explosiva. Mas, pelo que se pode ver na literatura, a imprensa teria contado com depoimentos de autoridades que, mesmo antes de concluírem as investigações, apontavam a culpa dos donos da Escola. Depois, assistimos à declaração de inocência dos acusados, mas o estrago já havia sido feito.
Esse é um dos casos nacionais mais célebres para apontar a responsabilidade que é inerente à liberdade de imprensa.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A ética jornalística relacionada ao consumismo em datas comemorativas

por: Luana Severo, Jéssica Lopes e Israel Alves


Até que ponto a mídia vai nos induzir ao consumismo exacerbado e qual é a função do jornalista dentro desse contexto?

A sociedade atual vem se perguntando isso praticamente todos os dias. É fato que a mídia, do ponto de vista publicitário, aposta todas as fichas em datas comemorativas, por exemplo, para induzir (ou obrigar mesmo) o público a comprar.

Até aí, "tudo bem". Nós sabemos que a comunicação, na visão do papel publicitário é simplesmente vender. Mas a partir do momento em que a comunicação jornalística começa a exercer a mesma função da comunicação publicitária, só que de uma forma mais mascarada, é que tudo começa a complicar.

Nós estamos em novembro, o período que antecede ao Natal. Desde a metade do mês de outubro, tanto os jornais impressos quanto os digitais e os de TV já começaram a publicar matérias induzindo as pessoas ao consumo. E não se trata apenas de consumo de enfeites natalinos, não. É consumo de moda, alimentação, decoração, etc. Vale ressaltar que a mídia duplica o consumo nesse período do ano tendo em vista que o associa, também, às festas de revéillon.

Mas será que é possível, nos dias atuais, tanto para o trabalho jornalístico quanto para a própria sociedade, fugir da prática do consumo?

O sociólogo Tiago Seixas explica que é difícil mudar esse cenário "devido aos problemas que a sociedade já acumulou e a capacidade que ela teve de identificar o consumo como uma prática diretamente associada a esses efeitos."

Segundo Seixas, é aí que está o problema. "Uma comunicação apoiada nos critérios do espetáculo não tem capacidade de operar essa transição". Ou seja, uma comunicação baseada no consumo não tem como fazer com que a sociedade alerte contra o consumo.

É como se todos nós estivéssemos afundados no abismo do consumismo, nessa preocupação da sociedade em estar sempre movimentando o mercado. O que as pessoas compram hoje, já não tem o mesmo valor amanhã.

Então, antes de julgar o jornalismo por ser co-agente do consumo, nós devemos procurar entender a nossa própria sociedade atual, o nosso próprio mercado e suas exigências.

É através da indústria cultural que nós criamos o desejo de consumir em série. Não é algo que o jornalismo em si tenha infiltrado em sua mente, por mais que ele ajude a fixar. É algo que desde o surgimento do capitalismo está presente em nossas vidas, por mais que não percebamos.


Clique aqui para conferir o áudio da entrevista com o sociólogo Tiago Seixas.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Propaganda radiofônica conscientiza para cidadania


O projeto Propaganda Social, realizado pelos estudantes da disciplina de Produção Publicitária em Rádio, Tv e Cinema I do curso de Comunicação Social da Faculdade 7 de Setembro (Fa7), desenvolveu campanhas educativas. Eles produziram com a orientação do professor Ismar Capistrano inserções de rádio de até 60 segundos tratando as temáticas: cidadania, desenvolvimento sustentável e saúde.

“Os spots do Propaganda Social estão disponíveis para escuta ou download na Rádio 7. A emissoras com compromisso social podem veicular sem nenhum custo para ambas as partes”, afirma Ismar. A proposta não só compartilha produções educativas, mas também desperta nos estudantes o potencial de conscientização da publicidade radiofônica.

Escute e baixe: http://www.fa7.edu.br/ypiranga/caderno.php?id=552