Um método eficaz de vigilância foi formulado pela primeira vez pelo britânico
Jeremy Bentham, o dispositivo do panóptico, era um projeto de prisão modelar,
no qual os prisioneiros ficavam isoladamente em suas celas que ficavam
dispostas em circulo ao redor de uma torre. Nessa torre ficava o encarregado da
vigilância. Cada cela tinha duas janelas, uma voltada para fora por onde
entrava a luz e a outra voltada para o centro do círculo e através da qual a
silhueta do detento se projetava para fora. Assim, graças ao efeito da
contraluz, todos os prisioneiros resultariam perfeitamente visíveis àquele que
os vigiasse. Mas os prisioneiros não viam de forma alguma o vigilante. Assim se
cumpria o efeito mais importante do panóptico: fazer com que os detentos se
sentissem vigiados, mesmo quando eles não estivessem sendo vigiados. Ou seja, o
poder não teria mais necessidade de se impor efetivamente. Todo dispositivo
panóptico desindividualiza o poder, livra-o do árbitro o inspetor, do xerife,
do chefe, transformando-o numa máquina anônima, num engenho de tecnologia política
de que o sistema arquitetônico é o diagrama.
Os modernos sistemas de vigilância
são uma atualização do panóptico. Esse modelo permite reformar a moral dos
homens numa sociedade. Pode então ser compreendido como um modelo universal de
maquina disciplinar, um dispositivo fechado destinado a definir as relações de
poder na vida cotidiana.
As vezes esse sistema de vigilância ocorre pelo simples poder psicológico. Esse caso mostra que essa especie psicológica de vigilância dá certo, mesmo que não sejamos diretamente vigiados 24 horas por dia. O simples fato de os presidiários acharem que tem alguém os vigiando, levava-os a ter um certo tipo de comportamento. A maioria das câmeras espalhadas por ai tem essa finalidade. Existem algumas que até desligadas estão, mas pelo simples fato de estarem ali, fazem as pessoas a manter uma certa postura diante da sociedade.
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