segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A origem do conflito na Síria



Em janeiro de 2011 iniciou-se na Síria, uma série de protestos populares que três meses depois migraria para uma violenta revolta armada contra o governo do presidente Bashar AL-Assad, que perdura até os dias atuais. Os manifestantes que exigiam inicialmente maior liberdade de imprensa, garantia dos direitos humanos e a criação de uma nova legislação, agora exigem a renúncia do presidente.
(Rosto de um dos manifestantes pintado com as cores da bandeira Siria)
 
Governada pela família Assad desde 1962, a Síria vive em estado de emergência a mais de quarenta anos, o que implica na suspensão das protenções constitucionais para a maioria dos cidadãos. Na Síria o governo proibiu a criação de qualquer partido de oposição, para que não existissem candidatos de oposição. O partido oficial o Baath, sempre governou o pais com mão de ferro, utilizando a força policial para sufocar as manifestações e prender todos aqueles considerados inimigos do pais. Nos últimos anos a Síria vem sofrendo com uma forte retração econômica que gerou um índice de desemprego de 25%, afetando principalmente os jovens. Como o estado diminuiu sua participação na economia cortando os subsídios para os bens de consumo e para agricultura  a indústria nacional ficou enfraquecida. Esse quadro econômico colaborou para o aumento da insatisfação popular.
O governo sírio vem reagindo como de costume, enviando tropas para sufocar os rebeldes. No final de fevereiro de 2012, o presidente Bashar AL-Assad pressionado pelo aumento dos protestos da comunidade internacional, anunciou uma nova constituição que previa o pluripartidarismo e que o presidente só poderia ser reeleito por 2 mandatos consecultivos. A nova constituição só entraria em vigor após as eleições de 2014, o que daria a Assad mais 16 anos de governo. O rebeldes não aceitaram e os conflitos foram intesificados.
Em agosto desse ano a informação que o exército sírio utilizou armas químicas, gerou um enorme choque na comunidade mundial. A ONU enviou inspetores para o local e após a comprovação da utilização do gás sarin, cresceu a pressão dos EUA por uma intervenção militar na Síria. Além de enfrentarem a resistência de Rússia e China, parceiros comerciais da Síria, os americanos também enfrentam opositores internos que temem que ocorra o mesmo das guerras do Afeganistão e do Iraque. O governo sírio nega que tenha utilizado armas químicas, afirmando que tudo não passa de uma encenação dos rebeldes. As informações sobre o conflito para muitos especialistas ainda são bastante confusas e as dificuldades enfrentadas pelos jornalistas para cobrirem os acontecimentos colabora para esse quadro.
O presidente Bashar AL-Assad já comunicou que não deixará o poder de forma espontânea, e que o povo sírio é quem irá lhe julgar nas eleições de 2014.
A ONU estima que mais 9 mil pessoas já foram mortas pelas forças de segurança. Já autoridades sírias informam que o número de mortos não passa de 4 mil, sendo destes apenas 2,5 mil civis e o restante de integrantes das forças de segurança.

(Pai chorando a morte do filho após ataque das tropas do governo)

3 comentários:

  1. Apesar do presidente Barack Obama dizer que ainda há uma solução diplomática para a questão da Síria, cresce a pressão interna por parte dos republicanos por uma resposta rápida ao ocorrido.
    Creio que seja inevitável uma invasão ou mesmo alguma ação militar mais curta tendo em vista os vastos interesses econômicos e políticos envolvidos para aquela região.

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  2. Apesar do presidente Barack Obama dizer que ainda há uma solução diplomática para a questão da Síria, cresce a pressão interna por parte dos republicanos por uma resposta rápida ao ocorrido.
    Creio que seja inevitável uma invasão ou mesmo alguma ação militar mais curta tendo em vista os vastos interesses econômicos e políticos envolvidos para aquela região.

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  3. Os motivos são aceitáveis e a população até demorou para exigir melhoras em seu país. Fico imaginando como a população síria está vivendo em meio a esta guerra sangrenta. E como pode um país em meio ao século XXI viver sobre uma ditadura daquelas, sem direito algum de liberdade opinativa. Espero que as milhares de vidas que estão sendo perdidas em lutas pela liberdade na Síria não sejam em vão.

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