quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Ronda do Quarteirão: Um programa em crise?

Augustiano Xavier

8 º semestre

O Programa Ronda do Quarteirão que, segundo o próprio site do Governo do

Estado, define-se como uma nova estratégia de fazer polícia no Ceará, vem

frustrando muitos cearenses. Pautado por uma filosofia de polícia comunitária,

uma polícia mais preparada, próxima das comunidades, com objetivo de

garantir a segurança e a sensação de paz, o programa hoje é posto em

cheque pela sociedade, que ainda não busca resposta com relação aos reais

resultados obtidos com a implementação do programa.

Atualmente, o tema violência vem sendo debate por toda a sociedade. Não é

difícil encontrar quem não esteja preocupado com os altos índices de crimes

que vem ocorrendo pelo estado do Ceará. Segundo a Secretaria de Segurança

Pública e Defesa Social (SSPDS), os casos de homicídios dolosos (quando

há intenção de matar) aumentaram, por exemplo, em 33% entre os anos de

2011 e 2012, passando de 2.667 para 3.571 assassinatos. Movimento bem

semelhante são os gastos com segurança pública. Em 2011, a verba ficou em

R$ 964 milhões (4,88% do orçamento) e, em 2012, passou para R$1,4 bilhão,

7,51% do total.

Em operação desde o dia 21 de novembro de 2007, o Ronda do Quarteirão

acumula uma série de criticas e avaliações negativas sobre sua real eficiência

no combate ao crime e a violência no estado. As criticas são muitas, viaturas

luxuosas e caras, despreparo dos policiais, e os alto custos que se investe para

resultados tímidos.

Para Elinardo Junior, morador do Conjunto Esperança, o programa começou

bem, mas foi se perdendo do caminho. “ Nos primeiros anos percebi uma certa

tranquilidade. A população se sentia mais tranquilo e com uma maior sensação

de segurança. Agora, estamos nos sentido inseguros e com medo de transitar

pela cidade”, relatou.

Uma das queixas mais comuns e que vem se tornando uma constante é a

demora ou o não atendimento das ocorrências. Moradores alegam que quase

nunca conseguem concluir a solicitação de uma viatura em virtude de não

serem atendidos pelos telefones do Ronda.

Para Maria Fátima, moradora do Mondubim, o que a população espera é uma

urgente e efetiva qualificação do programa, formando melhor os profissionais

do Roda do Quarteirão. “É fundamental garantir mais policias nas comunidades

e mais treinamento para eles. Só assim será possível reconquistar a confiança

da população que acreditou no programa e que hoje está descrente” ressalta.

Ao assumir como novo secretário da Segurança Pública e Defesa Social

do Estado, o delegado Servilho Paiva, deixou claro que o projeto Ronda do

Quarteirão, carro-chefe da segurança do Governo do Estado, precisa de uma

nova divisão geográfica e que, se depender dele, irá estruturar e modernizar o

projeto.

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