quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Soluções para a segurança pública

Especialistas mostram soluções para segurança pública que vão além da mera repressão policial



O modelo de segurança pública adotado pela maioria das secretarias de segurança pública do Brasil está falido, apontam especialistas. Policiais na linha de frente no combate a criminalidade não vão resolver os problemas de segurança pública, mas em alguns casos, agravá-los. O trabalho da Polícia deve ser o último recurso do Estado. O primeiro deve ser a ocupação dos espaços públicos. Outra linha de ação é enfrentar a violência na sua origem: as desigualdades sociais.


O especialista em segurança pública pela fundação Joaquim Nabuco, George Dantas, aponta que há uma correlação direta entre insegurança pública e desigualdades sociais, sobretudo o desemprego. “É do domínio do senso comum, no Brasil, a intensificação da sensação de “Medo do Crime” em regiões periféricas das grandes metrópoles do país (muitas vezes dominadas pelo narcotráfico e quadrilhas) e que sustentam alta incidência criminal e uma problemática socioeconômica típica das chamadas “áreas de exclusão social””, detalha.


Para George, somente uma presença mais efetiva do Estado, atuando na construção de oportunidades para os moradores das comunidades terem uma alternativa que não seja o tráfico poderá diminuir decisivamente a violência.


Outra solução apontada como essencial e que deve vir antes da ação policial ostensiva é a ocupação dos espaços públicos por parte da população. Em Bogotá, capital da Colômbia deu certo. Até o final da década de 1990, Bogotá era tida como uma das cidades mais violentas da América Latina. Lá, as mudanças começaram na mobilidade urbana e culminaram numa reinvenção no modo de se relacionar com a cidade que transformou Bogotá numa cidade relativamente tranquila.


Em conferência realizada em Recife, no mês de setembro, o sociólogo e ex-secretário de Segurança Cidadã de Bogotá, Hugo Acero, apontou o caminho percorrido pelos colombianos para diminuir os índices de criminalidade. “Eu creio que as comunidades têm um papel importante. As organizações comunitárias são o maior capital social, e se temos maior capital social, ou seja organização comunitária, vamos ter mais segurança e mais convivência. Os países onde há maior organização comunitária, onde há maior capital social, são países seguros”, salientou.


Por último, viria o remodelamento das Polícias. O primeiro passo seria a descentralização das informações que passariam a ser compartilhadas com todos os órgãos de segurança. O passo seguinte seria o reaparelhamento das forças de segurança. É o que aponta o membro do setor de inteligência da Secretaria de Segurança do Ceará (SSPDS), capitão Carlos Augusto Silva Lima. Ele mostra que o uso da tecnologia, como a internet e o telefone, podem aproximar forças de segurança e comunidade, humanizando a segurança pública.


É com essa nova filosofia que ele pretende capturar os criminosos mais procurados do Ceará: com as fotos dos fugitivos na internet e o telefone a disposição da população.O capitão explica como funcionará o serviço. Ouça aqui!

Nenhum comentário:

Postar um comentário