quarta-feira, 30 de abril de 2014

O Banco Palmas, um exemplo de economia solidaria em Fortaleza

O Banco Palmas, o primeiro banco comunitário de Brasil, abriu suas portas em 1998 no Conjunto Palmeira, uma das favelas ao redor de Fortaleza. Lá, na região mais pobre do Brasil (o nordeste) começou esta iniciativa comunitária que garante o mocrocrédito e a moeda local como via de solução aos problemas económicos da zona.

Desde sua abertura seus principais objectivos são implantar programas e projetos de trabalho entre os habitantes do bairro, para assim conseguir gerar renda e superar a situação de pobreza urbana existente.

Esta favela, que tem mais de trinta mil moradores, surgiu em 1973 depois do translado de pescadores da região litoral da cidade. Estes cidadãos, que passaram de ser pescadores a catadores, começaram a construir suas barracas sem nenhuma infraestrutura. Os primeiros movimentos vicinais surgiram em 1981, mas não foi até finais de século que se materializou o projeto bancário.

As ferramentas utilizadas para a proposta são microcréditos outorgados para produção e consumo local, com taxas de interesse muito baixas e sem requisitos para a inscrição, como um comprovante de renda ou fiador. A confiança de quem presta o dinheiro está garantida pelos própios vizinhos.

No ano 2000 o banco criou uma moeda social, chamada Palmas, que circula no comércio local e é equivalente ao valor do real brasileiro (1R$=1Palmas). Esta moeda, também chamada local, complementa à oficial e circula apenas no bairro, onde é aceitada por mais de 90% dos comércios da zona. Estes podem trocar em qualquer momento seus bilhetes “fictícios” por convencionais sem nenhum tipo de taxa aplicada.

O poder real desta iniciativa é fazer permanecer o capital na comunidade, e assim contribuir ao crescimento económico da zona. Ou seja, se o banco oferece um empréstimo para alimentos de “x” palmas que os moradores possam gastar-lho no Conjunto Palmeira, além de ajudar às famílias mais necessitadas, se está a fomentar o consumo dentro do bairro. Antes, o pouco dinheiro que entrava se costumava investir em comércios alheios à comunidade, deixando assim estancada a economia do bairro.

Banco Palmas - Imgur

Outra realização importante do grupo é a associação com o Banco do Brasil, que faz possível a oferta de serviços bancários do Banco Palma (conta bancária, cobrar créditos, pagamentos de facturas, etc.) e a utilização de um sofisticado software para a gestão das finanças.

Aparte dos citados microcréditos para produção e consumo, a organização oferece serviços de corresponsal bancário, microseguros e inclusive um projeto piloto para oferecer serviços de pagamento por celular, ferramentas bastante inovadoras tendo em conta a origem humilde da entidade.

Desde sua criação, outros bairros pobres de Brasil têm seguido seu exemplo. Com a constituição da Rede Brasileira de Bancos Comunitários conseguiu-se implantar este pensamento solidário entre, cada vez, mais gente. Até hoje se contabilizam um total de 104 bancos desta natureza em Brasil, que seguem o exemplo do Banco Palmas. Estas organismos movem a dia de hoje um total de 18 milhões de reais em crédito produtivo e 600.000 R$ por médio das moedas sociais.


Estes bancos têm sido construídos para oferecer serviços financeiros adaptados à realidade das comunidades, mas seu maior rasgo diferencial é a relação próxima com elas mesmas. Estão perto de elas, conhecem sua cultura e sua forma de ser e, em base à confiança que possuem e geram, podem desenvolver de melhor maneira seu labor.

Catavento, hélices movimentadas de boas ideias

Para Paulo Freire, a comunicação implica a compreensão pelos sujeitos interlocutores do conteúdo sobre o qual ou o propósito do qual se estabelece a relação comunicativa.  Se confundirmos principio educativo com deslocamento de sentidos, estabelecimento de mediações, e considerando que essas mediações se ligam a valores culturais, nada melhor do que o Rádio, um meio intrinsecamente relacionado a nossas matrizes culturais para dar conta desse princípio educativo.

Assim, com a radio como ferramenta, a ong Catavento presigue contribuir á compreensão do papel educativo da comunicação e estender este direito as crianças, adolescentes e jovens do nordeste brasileiro. Em 1995 nasceu Catavento Comunicação e Educação Ambiental  que focalizou sua atuação na combinação de dois princípios fundamentais: comunicação e educação como estratégia para o desenvolvimento humano.

A atuação da ong estrutura-se em três pontos essenciais:

1)     Articulação e mobilização, agregando aos diferentes projetos que trabalham diretamente na mobilização de atores sociais e formadores de opinião, na busqueda de mudança de comportamentos que levem a uma melhoria na qualidade de vida da população envolvida.
2)     Participação social, agregando projetos que têm por objetivo contribuir para o desenvolvimento humano-local-sustentável-integrado, por meio do fortalecimento da cidadania e do protagonismo juvenil.
3)     Identidade cultural, agregando os projetos que trabalham o fortalecimento das identidades culturais de grupos e comunidades locais, a partir da troca de saberes, valorização e resgate da memoria coletiva.

Desde o começo, o radio é reconhecido como instrumento veicular da atividade da ong. No ano do nascimento, Catavento produz um programa de educação ambiental pela radio da Universidade Federal do Ceara. Mas foi no ano 2002 quando começou a trabalhar na temática crianças e adolescentes com o projeto Competências Familiares em pareceria com Unicef.

Em meados da década 60  ganhava força o conceito com o que  trabalha-se desde a organização e com o que abrimos este artículo: “a escola paralela”. Esta ideia estabeleceu os meios de comunicação como novo canal para o aprendizagem. Neste contexto, o autor Mario Kaplún descreve o radio como um meio de comunicação estreitamente imbricado na cultura dos países latino-americanos. De fato, desde a atividade da ong observou-se que em cada município de atuação a presença de pelo menos um estúdio de radio.

“Sintonia Infância”, “Segura essa Onda”, “Bom Conselho a Gente Faz” são os nomes de alguns dos projetos que realizaram-se. As hélices da ONG Catavento sempre foram movimentadas por ventos de boas ideais que procuram novos caminhos criativos e que percebam as crianças e os adolescentes como sujeitos em desenvolvimento providos de direitos e deveres. Direito, por exemplo, a ser ouvido e comunicar além de participar no seu entorno.

Para contribuir à consecução destes direitos,  a ong encontrou nas oficinas dos diversos projetos e nos programas radiofônicos uma maneira de desenvolve-los de forma interessante educativa. Assuntos como o acesso à escola, o castigo corporal, direito a brincar, trabalho infantil, são alguns nos que trabalha a ong com as crianças e adolescentes.

Um dos projetos destacados foi Segura Essa Onda que promoveu a utilização de rádio escola como instrumento pedagógico. O projeto realizou-se em diversas escolas de Fortaleza e do interior. A traves de oficinas perseguiu-se a formação de estudantes e educadores em assuntos relacionados a princípios éticos, direitos e técnicas radiofônicas.

Os origens medioambientais da ong não quedaram no esquecimento, a Ong desenvolveu o projeto “Catadores de Sonhos: O rádios Educativo na construção da Cidadania Ambiental” no qual utilizou-se a radio-escola  para promoves a educação mediambiental entra a comunidade. Segundo Alessandra Oliveira, coordinadora do projeto, o Catadores de Sonhos pretendeu melhorar as condições de trabalho dos catadores, reduzindo os índices de trabalho infantil.


Através de sua atividade a ong tem demostrado que com a utilização do radio a partir de sua dimensão educativa crescem as possibilidades da aproximação entre cidadania e construção de políticas públicas, a partir do acesso a uma informação mobilizadora.


                   Mais de 15 anos de trabalho no Catavento

Maquiagem: Um amor antigo, mas permanente

Bárbara Camurça


            As tendências se repetem, são reinventadas. No São Paulo Fashion Week (SPFW), as apostas de beleza para a primavera e o verão 2015 foram as peles mais naturais, com lábios coloridos. Portanto, os batons nas cores: vermelho, vinho, roxo, lilás e laranja, somados a uma boa preparação de pele e um blush suave, garantem um look prático e atual.
            O amor à maquiagem passa por gerações. É herdado pela filha que observa atentamente cada movimento da mãe frente ao espelho. É reforçado pelas tias, primas e amigas. Logo surgem as "experiências": que menina nunca usou um batom, colorindo muito além do contorno da boca?
            Básica, ousada, clássica, fashionista, circense, teatral, para TV. Presente na rotina de quase todas as mulheres - e de alguns homens também! - a maquiagem do século XXI é composta por uma variada paleta de cores, conta com diversos itens e produtos de alta tecnologia, tendo lugar garantido na necessaire ou na wishlist!
            Mas destacar e camuflar aspectos do rosto não é ideia recente. As evidências arqueológicas apontam o surgimento da maquiagem para três mil anos antes de Cristo, tendo como cenário o Egito Antigo e personagem central a icônica Cleópatra. A mistura do mineral malaquita com carvão e cinzas formava o pó preto usado nos olhos, chamado kohl.
            Além do Egito, também foram palco das pinturas, Grécia e Roma, antes da queda do século V d.C; e Itália e França, principais fabricantes de produtos do gênero.
 Criação chinesa e inicialmente apropriado pelos japoneses para uniformizar o rosto de suas gueixas, o pó-de-arroz ganhou lugar na corte e escondia os problemas de pele da elite. 
No século XVIII, houve uma popularização dos itens, mas nem todos os países aceitaram de bom grado. As mulheres inglesas mais conservadoras, por exemplo, evitavam o uso do pó-de-arroz e do pigmento para os lábios, pois os associavam à vulgaridade.
            A popularização mundial da maquiagem aconteceu na década de 20, com a ascensão de Hollywood e seu cinema em preto e branco. Por não terem o recurso das cores, as atrizes apostavam em olhos bem marcados e bocas vermelhas. Os cosméticos conquistaram seu espaço!

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Rocinha, luta eterna

Rocinha. Foto: Adrián Cortés Pérez

Rocinha é uma favela do Sul zona de Rio de Janeiro, Brasil. Con um uma área de cerca de 865 mil metros quadrados, há muito tempo tornou-se conhecida a Rocinha como a maior favela do Brasil. No entanto, esse privilégio duvidoso passou para as mãos da Fazenda Coqueiro, na zona oeste da cidade, com mais de um milhão de metros cuadrados.

Con a finalidade de regulamentar a sua expansão, as autoridades da cidade em 2001 implantaram um projeto de desenvolvimento.Atualmente, possui uma grande unidade comercial instalada na própria favela, como redes de fast-food, muitos cybercafe, bancos, televisão por cabo e empresas de turismo que realizam visitas guiadas ao bairro. Sua proximidade com as residências de classe alta dos bairros vizinhos de São Conrado e Gávea marca um contraste profundo urbano na paisagem da região.

Rocinha. Foto: Adrián Cortés Pérez
Em 2008 foi criado um programa de pacificação da favela para acabar com o crime e tráfico de drogas. Desde então, a polícia entrou a Rocinha para acabar com os traficantes que controlam a área, em um processo tão lento que parece interminável. Apesar da grande implantação da polícia, os criminosos conseguem rearmar.

A Rocinha ganhou 80 câmeras de vigilância que funcionam 24h por dia e ajudam os 700 policias que monitoram a região. As gravações feitas pelas câmeras ajudam a combater o crime e solucionar outros problemas como identificação de motoristas envolvidos em acidentes de trânsito.

Antes de sua ocupação, a Rocinha era uma densa floresta ocupando o terreno entre a Pedra dos Dois Irmãos e Morro do Cochrane, atravessado pela estrada da Gávea, até que dá acesso a estrada precária para as terras de Conrado Niemeyer.

O processo de ocupação da Rocinha é acelerado desde a década de 1950, quando houve um pico de imigração que veio do norte do país. O aumento da população ocorreu principalmente nas décadas de 1960 e 1970, capaz para as grandes obras de estrada empreendidas pelo governo da cidade.


No sentido de 1980 a expansão da favela é canalizada para as encostas das colinas de Cochrane e Laboriaux, crescendo para a inclinação da AD bairro Gavea. A floresta estava dando espaço para os edifícios, consolidando a comunidade atual, composta por 14 sub bairros (Barcelos, Rua 1, Rua 2, Rua 3, Rua 4, Cachopa, Roupa Suja, Vila Verde, Macega, Vila cruzado, 199, Laboriaux, Boiadeiro e Dioneia).

A Quaresma e os Sacrifícios


Tempo de retidão e jejum, a quaresma é marcada por todos os tipos de sacrifícios. Empenhados numa conversão, cristãos abdicam de itens tidos como essências no seu dia-a-dia

Assumir. Essa é a palavra que rege a orientação da Igreja para aqueles que optam por se sacrificar, extinguindo por quarenta dias, itens pelo qual se tem bastante apreço.
Seguindo a mensagem de Cristo, de que o seu reino não está neste mundo, os fiéis mostram autocontrole sobre sua própria condição humana, desatando amarras de bens materiais. A penitência é recomendada para que se possa experimentar um certo sofrimento. O período quaresmal deve ser de retidão, retiro, reclusão... Dispensam-se as alegrias e cantos de louvor, pois a morte de Cristo é certa e próxima. Cada dia da semana santa tem um significado, centrado na vivência do mistério da ressurreição. 


O período que antecede à Pascoa serve para que as pessoas confessem e façam um exame de consciência, relevando tudo aquilo que se quer deixar pra trás, pois assim como o próprio Cristo, todo aquele que crê, também ressurge. Toda a via sacra de Jesus não passa despercebida a nenhum credo Cristão. Cada denominação aborda, mas sem negar a importância, o momento santo da Paixão e morte de Cristo.

Segundo o missionário católico, Padre Alfred Niedermaier, "as igrejas cristãs convidam para estes exercícios, para que nós aprendamos assim a crescer na vida e na felicidade". Ele cita ainda que os católicos usam o período da Quaresma para abordar assuntos de pertinência social como o Tráfico Humano, trabalhado pela Campanha da Fraternidade em 2014.

O significado da Semana Santa para as religiões cristãs

    A semana santa é momento de reflexão para as religiões cristãs. É quando se celebra a ressurreição de Jesus. A origem da Páscoa, citada na bíblia, diz respeito a ordenanças deixadas pelo Senhor para serem cumpridas.
No meio evangélico não há uma liturgia com relação a semana santa, como há na naa religião católica, pois cada ceia realizada é um momento crucial para celebrar o sacrifício de Jesus. O jejuns não têm um período determinado, mas são feitos com propósitos específicos, para consagração e purificação do homem, como se diz no meio, significa “matar a sua carne” para que o Espírito seja fortificado.
A ceia, celebrada mensalmente pelos evengélicos, visa lembrar não só a morte, mas principalmente a ressurreição de Cristo, sua entrega por amor aos pecadores. No período da semana santa é algo bem mais intenso, pois nesse momento é cumprida a ordem deixada por Jesus, no livro de Mateus capítulo 26, versículsos 17 ao 19, quando o pão é partido entre os membros da igreja, para representar o seu corpo, e quando bebe-se do vinho, representando seu sangue. Assim como Jesus fez com seus discípulos antes de sua morte.
           Já para os católicos, o momento mais importante do ano litúrgico é a Páscoa. A quaresma é quando eles se dedicam mais em viver e refletir sobre a ressurreição de Cristo. Por isso o período é de jejum e penitência, pois assim é possível entrar profundamente naquilo que o sacrifício de Jesus representou para a humanidade. E isso é comum para as duas religiões.