quarta-feira, 6 de maio de 2015

Mulheres que pedalam




Quem disse que para pedalar de bike precisa abrir mão de estilo?
Vivemos um momento onde a mulher passou a buscar a igualdade de gêneros e é com a sua emancipação, que podemos observar algumas mudanças na sociedade. Dentre elas, podemos destacar novos hábitos. Um bom exemplo são as “mulheres que pedalam”.  Essa atitude tem se tornado cada vez mais frequente nas grandes cidades, seja em busca de melhorar a saúde, lazer e até mesmo se tornando um estilo de vida.
A designer de moda Andréa Bezerra, 25, nos inspira e conta como foi que ela se tornou uma dessas “mulheres que pedalam” pela cidade de Fortaleza.  Andréa se intitula como uma mulher aventureira e foi a curiosidade que a impulsionou a dar suas primeiras pedaladas.  Em dezembro de 2013, participou do acampamento “Ocupe Cocó” e foi dentro do parque que teve suas primeiras experiências pedalando.  Logo percebeu o quanto estava sedentária e que precisa conciliar alguma atividade física a sua rotina, optando por pedalar.
“No início era só lazer, depois eu já estava indo pra faculdade, ioga, trabalho, teatro... andar de bicicleta virou uma paixão, porque é muito mais rápido, existe uma sensação de liberdade e você não fica parada no trânsito.”
Como profissional da moda, Andréa diz que você não deve anular seu estilo de vestir  e desconstrói a ideia de que para pedalar, a mulher terá sempre que se vestir como se estivesse indo a uma academia. “Eu me visto de acordo com meu humor. Tem dias que uso vestidinho vintage. Tem dias que sou a ‘gata fitness’, uso shortinho, regatinha. O chato é que ainda tenho que aguentar piadinhas machistas, mas não desisto e continuo pedalando”.

Os inúmeros benefícios da bike indoor



    O sedentarismo ganha cada vez mais espaço no dia-a-dia, as facilidades da vida moderna acaba gerando ou agravando problemas de saúde. Manter uma boa alimentação e realizar atividades físicas são orientações médicas básicas para ficar longe das doenças. Como atividade física ou transporte, pedalar proporciona condicionamento físico e equilíbrio.
   Andar de bicicleta traz benefícios físicos e emocionais, contribuindo para uma boa qualidade de vida. Pedalar é uma das atividades mais completas, pois movimenta o corpo todo. Algumas vantagens para quem pedala é a redução do estresse, combate a depressão, emagrecimento, redução do colesterol e triglicérides, entre outros benefícios.
   Atualmente algumas academias apresentam uma proposta de ter uma modalidade chamada bike indoor. Uma modalidade predominantemente aeróbica que mais ganhou adeptos de várias idades e condicionamento físico ao longo dos últimos anos, criada nos Estados Unidos, em 1995 pelo ciclista sul africano Johnny G.
   Uma modalidade que proporciona alto gasto calórico, perda de peso, melhoria da frequência cardíaca, tonificação das pernas e glúteos. A bike indoor pode ser uma aliada para quem quer perder peso em pouco tempo, conquistando um corpo bonito de forma saudável.
   Nas aulas são utilizadas bicicletas ergométricas ao som de músicas animadas, numa série de movimentos de força e velocidade. As bicicletas utilizadas são ajustáveis, o que facilita o movimento e ajuda a conquistar resultados ainda melhores. Qualquer pessoa que não tenha restrição médica para a prática de exercícios pode fazer a aula de bike.

A realidade da educação privada brasileira


 

A educação é uma das principais formas de garantir a liberdade e a igualdade de oportunidade a todos os cidadãos. Entretanto, a diferença entre a qualidade do ensino público e o privado ainda é um grande desafio para combater a desigualdade entre as classes no Brasil.
Existem algumas diferenças no que diz respeito ao desempenho e qualidade do ensino particular, quando comparado à qualidade do ensino público (seja Estadual ou Municipal), mas essa diferença está atrelada também à bagagem que os alunos carregam ao longo da vida.
A referência de bom ensino, no Brasil, encontra-se nas escolas particulares, que possuem os recursos necessários para permitir investimentos significativos e que produzam resultados visíveis. Desde a escolha dos livros e do material didático (que, nas escolas públicas é restringida pelo orçamento) até a infraestrutura e a segurança que as escolas particulares fornecem.
Nesse sentido, existem alguns fatores que contribuem bastante com essa disparidade, dentre eles está a pressão que é colocada sob as escolas particulares, tanto por parte do mercado, como por partem dos pais dos alunos, pois exigem melhores resultados pelo fato de estarem pagando por isso, o que leva a escola a cobrar mais dos professores, melhorando assim os níveis da educação particular.
A participação ativa dos pais geralmente se faz mais presentes nas escolas particulares, que, por pagarem pela educação de seus filhos, se acham no dever de cobrar e acompanhar o desenvolvimento educacional deles. Isso é um fator muito importante na qualidade da educação dos alunos.
Segundo a coordenadora pedagógica, Paola Bogado, um dos maiores desafios das escolas particulares é a interação entre a escola e a família.  A participação ativa da família no desenvolvimento escolar do estudante é um fator que influencia em diversas áreas, mas, principalmente, estimula o aluno a estudar, incentivando-o a estar em constante desenvolvimento e aprendizado. “A escola não pode educar sem a família, portanto, a família não pode esperar que a escola ‘faça tudo sozinha’. Pensar em uma educação de qualidade envolve não somente a parte pedagógica, mas também a formação de indivíduos com valores éticos, morais, cidadania e caráter.”, afirma.
Devido às várias vantagens, os alunos das escolas particulares se tornam mais encorajados a estudar, pois os conteúdos ensinados, os níveis de ensino por parte dos professores, a cobrança e a interação entre a escola e a família, levam a motivação do aluno, e conseqüentemente ao progresso no desempenho educativo dele.
Apesar de existirem diversos fatores que diferenciam o ensino privado do público, ambos buscam um mesmo objetivo que é dar aula e prova em ambiente reprodutivo, deixando a desejar as propostas em que o que se queira alcançar seja principalmente a aprendizagem dos alunos.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), nos últimos anos acorreu um declínio, tanto nas escolas públicas como nas particulares, mas no caso do ensino público o problema se torna ainda maior. À medida que o tempo passa, os índices de reprovação aumentam em ambas, mas, nas instituições particulares há um cuidado muito maior em obter avanços devido à concorrência existente entre as demais escolas. Dessa forma, se adquire um progresso na educação e os erros do processo não se tornam tão visíveis.
Nesse sentido, é importante, que em ambos os casos, se procure maneiras e soluções práticas para resolver os problemas encontrados e estabelecer modelos a serem buscados, a fim de alcançar as melhorias no ensino para que se restabeleça o progresso, ao invés de declínio.  
Por isso, ao matricular os filhos nas escolas, os pais devem ter em mente que não é o fato de os filhos estudarem em escolas privadas que garante uma aprovação no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), ou nas demais Faculdades e Universidades, mesmo que a instituição tenha uma boa avaliação de qualidade. A excelência dos resultados, além de outros fatores já mencionados, depende também do esforço do aluno.

Escola Privada no Brasil

Estrutura das escolas municipais evolui, mas ainda há muito que ser feito

Em meio aos avanços, professores reclamam de falhas que comprometem o ensino da rede municipal.  
Alunos do 3° ano da Escola Municipal João Hildo de Carvalho Furtado realizando atividade em sala de aula.


Demora na reposição de material, sobrecarga de funções, falta de suporte para trabalhar os alunos com problemas físicos (ou psicológicos) e salário, são algumas das falhas apontadas por professores da Escola Municipal João Hildo de Carvalho Furtado, no bairro Aracapé, periferia de Fortaleza.

Os avanços foram muitos ao longo dos anos, tanto estrutural, profissional e material.  Os professores, porém, ainda lamentam que alguns problemas persistam mesmo diante de apelos e reclamações. A professora Elsa Pena, que trabalha há mais de 15 anos na profissão, afirma que o material didático utilizado nas escolas municipais é de qualidade e semelhante ao das escolas particulares; entretanto, reclama da demora na reposição quando solicitado junto à prefeitura. “A questão não é chegar o material, mas sim mantê-lo. Nossos alunos não estão preparados para se responsabilizar pelo material que a escola municipal disponibiliza, por isso é necessário uma reposição permanente, que não acontece com a mesma agilidade de anos anteriores.”

Elsa ainda diz que a sobrecarga de funções exercidas por professores e coordenadores compromete o andamento da gestão nas escolas. “Uma escola não é feita somente de professores, alunos e direção. Necessitamos de mais profissionais. Falta porteiro, assistente técnico-pedagógico, seguranças, professores auxiliares, recreadoras... E nós acabamos tendo de suprir essas ausências.”

Outro aspecto que deixa a escola municipal ainda mais frágil é a questão da inclusão de deficientes. Não existe suporte como na escola estadual --  lá os alunos são maiores e  facilitam o auxílio dado aos deficientes -- para trabalhar com crianças portadoras de algum problema físico (ou psicológico). “Em uma sala de trinta alunos temos no mínimo duas crianças com deficiência, o que deixa o professor numa situação difícil; pois essas crianças precisam de mais atenção e apoio. Mas não podemos deixar de lado as outras vinte nove”, afirma a professora Márcia Valéria.

O salário -- assunto mais debatido nos últimos anos -- foi reajustado recentemente em 13,01% se igualando ao piso nacional, mas ainda está muito aquém do que é desejado pela categoria. “O salário dos professores no Brasil está muito abaixo do que é pago em países de primeiro mundo, por exemplo. Deveríamos ser os profissionais mais bem remunerados, pois tudo começa na escola”, acrescenta Márcia.

Para que isso aconteça a presidente Dilma Rousseff se comprometeu em destinar 75% dos royalties do petróleo à educação. Isso elevaria de maneira substancial o nível salarial dos profissionais da área.




Projeto auxilia na alfabetização de alunos da rede municipal utilizando recursos tecnológicos

Os estudantes fazem uso de softwares com atividades específicas para quem está aprendendo a ler


Luz do Saber é um projeto com o objetivo de auxiliar os professores na alfabetização dos alunos do segundo ano utilizando recursos tecnológicos, um exemplo da convergência entre a educação e a tecnologia.

O projeto teve origem quando a Assessoria de Tecnologia Educacional, o Primeiro Distrito de Educação e o Centro de Referência do Professor fizeram uma parceria para os índices educacionais melhorarem e para alcançarem a meta de todos os alunos do segundo ano se alfabetizarem. Os três órgãos juntos planejaram tecnologicamente e pedagogicamente o projeto, enfrentando os desafios da educação frente as novas tecnologias

Dezenove escolas são contempladas, todas receberam os equipamentos necessários para a realização do projeto, laboratórios móveis que contém entre 32 e 36 notebooks com os aplicativos com atividades específicas para alunos que estão aprendendo a ler. Ao todo 1.716 alunos são beneficiados. Eles utilizam software e material didático, em torno de 2 a 6 horas por semana.

Sessenta e três professores regente B são associados. A professora da Escola Municipal de Ensino Infantil e Ensino Fundamental Faustino de Albuquerque, Gelma Freitas, explica como os professores e os instrutores trabalhavam.




O projeto teve início no dia 18 de julho de 2014 e parou de funcionar por falta de profissionais, que tinham apoio, eram capacitados e acompanhados por quatro formadores, que também auxiliavam os coordenadores.

Falta de investimentos na rede estadual afeta qualidade de ensino


O professor no Brasil precisa ser elevado ao seu potencial máximo para que a qualidade do ensino no país melhore em todos os níveis
As escolas estaduais apresentam hoje um quadro relevante no país, pois mesmo considerada de nível inferior à rede privada, elas evoluíram em relação ao ensino fundamental. Entretanto, alunos, gestores e professores ainda enfrentam graves obstáculos.


A qualidade do ensino público estadual pode se dar pela falta de investimentos na educação, devido à ausência de infraestrutura perante as escolas, a baixa remuneração dos docentes e a violência são alguns fatores que agregam ainda mais os maus resultados. As greves que ganham força no país reivindicam melhorias salariais, segurança, plano de carreira, etc.
O professor da rede estadual no Ceará, que tenha apenas graduação em seu currículo nível um, ganha no final do mês cerca de R$ 2.117 reais incluindo a remuneração de R$ 720 do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), a chamada Parcela Variável Redistributiva (PVR), que tem por objetivo uma melhoria remunerativa para os professores ativos no estado, melhorando o plano de carreira.
Porém, para ele subir de nível, precisa esperar três anos, quando acaba o estágio probatório, tempo pelo qual o professor concursado de provimento efetivo passa por um processo de avaliação no cargo. Após isso, ele sobe para o nível dois, a partir daí, ele entra na progressão horizontal, passando de nível de dois em dois anos.
O professor que fizer cursos e especializações pode chegar no nível 12, depois de 24 anos, mas se ele fizer o mestrado logo após sua graduação, seu nível pula direto para o 13, podendo chegar ao nível 15, do 16 ao 18 somente para doutorados. Depois de 34 anos de estudo para ganhar aproximadamente R$ 6.075 reais. Com a profissão desvalorizada assim, falta de recursos, baixa remuneração, falta de investimentos, o professor se submete a aplicar o básico em sala de aula.


A professora Alexandra Carneiro Rodrigues, Especialista em Literatura pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), há sete anos concursada do Estado, e que sempre estudou em escola pública estadual disse que hoje os investimentos na educação são mais relevantes que há alguns anos. “É preciso ressaltar, no entanto, que há muito para ser melhorado. Estamos longe da escola pública ideal,” afirmou.
Na Escola de Ensino Médio Manoel Senhor de Melo Filho, no Aquiraz, região metropolitana de Fortaleza, a infraestrutura deixa a desejar. Banheiros precários, falta de espaço, não há quadra esportiva, ventiladores barulhentos, etc. Os recursos recebidos referente à serviço que o FUNDEB repassa, não são suficientes para suprir as necessidades. A professora Alexandra, vive de perto esta realidade, há seis anos ensinando língua portuguesa e espanhola, afirma que a falta de infraestrutura interfere diretamente no aprendizado dos alunos. “A escola ainda não é agradável para o aluno e isso, também, dificulta na aprendizagem. Às vezes, sinto dó dos meus alunos,” disse.
As escolas profissionais do Ceará apresentam um diferencial em relação à infraestrutura das escolas regulares. Possuindo um padrão elevado e de qualidade na estrutura física, esse tipo de escola oferece aos alunos um curso profissionalizante no decorrer do ensino médio e um estágio supervisionado no final do curso. Sua grade curricular também se diferencia da escola regular, pois a escola profissional é de tempo integral, fazendo o aluno ter dez aulas por dia.
Entretanto, o governo vem trazendo nos últimos anos, diversos projetos para colocar o aluno da rede estadual dentro da universidade. A missão dos governantes é “casar” seus projetos, melhorar a estruturação das escolas e valorizar os professores. Assim, talvez, a qualidade do ensino chegue ao nível das escolas particulares e recupere aqueles que não obtiveram bons resultados na rede municipal.