quarta-feira, 6 de maio de 2015

Estrutura das escolas municipais evolui, mas ainda há muito que ser feito

Em meio aos avanços, professores reclamam de falhas que comprometem o ensino da rede municipal.  
Alunos do 3° ano da Escola Municipal João Hildo de Carvalho Furtado realizando atividade em sala de aula.


Demora na reposição de material, sobrecarga de funções, falta de suporte para trabalhar os alunos com problemas físicos (ou psicológicos) e salário, são algumas das falhas apontadas por professores da Escola Municipal João Hildo de Carvalho Furtado, no bairro Aracapé, periferia de Fortaleza.

Os avanços foram muitos ao longo dos anos, tanto estrutural, profissional e material.  Os professores, porém, ainda lamentam que alguns problemas persistam mesmo diante de apelos e reclamações. A professora Elsa Pena, que trabalha há mais de 15 anos na profissão, afirma que o material didático utilizado nas escolas municipais é de qualidade e semelhante ao das escolas particulares; entretanto, reclama da demora na reposição quando solicitado junto à prefeitura. “A questão não é chegar o material, mas sim mantê-lo. Nossos alunos não estão preparados para se responsabilizar pelo material que a escola municipal disponibiliza, por isso é necessário uma reposição permanente, que não acontece com a mesma agilidade de anos anteriores.”

Elsa ainda diz que a sobrecarga de funções exercidas por professores e coordenadores compromete o andamento da gestão nas escolas. “Uma escola não é feita somente de professores, alunos e direção. Necessitamos de mais profissionais. Falta porteiro, assistente técnico-pedagógico, seguranças, professores auxiliares, recreadoras... E nós acabamos tendo de suprir essas ausências.”

Outro aspecto que deixa a escola municipal ainda mais frágil é a questão da inclusão de deficientes. Não existe suporte como na escola estadual --  lá os alunos são maiores e  facilitam o auxílio dado aos deficientes -- para trabalhar com crianças portadoras de algum problema físico (ou psicológico). “Em uma sala de trinta alunos temos no mínimo duas crianças com deficiência, o que deixa o professor numa situação difícil; pois essas crianças precisam de mais atenção e apoio. Mas não podemos deixar de lado as outras vinte nove”, afirma a professora Márcia Valéria.

O salário -- assunto mais debatido nos últimos anos -- foi reajustado recentemente em 13,01% se igualando ao piso nacional, mas ainda está muito aquém do que é desejado pela categoria. “O salário dos professores no Brasil está muito abaixo do que é pago em países de primeiro mundo, por exemplo. Deveríamos ser os profissionais mais bem remunerados, pois tudo começa na escola”, acrescenta Márcia.

Para que isso aconteça a presidente Dilma Rousseff se comprometeu em destinar 75% dos royalties do petróleo à educação. Isso elevaria de maneira substancial o nível salarial dos profissionais da área.




Um comentário:

  1. A matéria é interessante e conta com hiperlinks pra matérias relacionadas que acrescentam ao assunto abordado.

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